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A chave do futuro é apostar nos nossos recursos humanos

Portugal tem vindo, enquanto País e enquanto sociedade, a investir muito na formação dos jovens. Foi, aliás, graças a todo este investimento que formámos aquela a que chamamos a geração mais bem preparada de sempre. No entanto, não temos conseguido resolver a dificuldade que temos em reter os mais jovens, para que possam gerar e aportar mais valor ao País. Há ainda um grande caminho para fazer neste campo. Os jovens sentem que, neste momento, quer em termos de salários, quer em termos de políticas de habitação, têm melhores condições lá fora e saem de Portugal. Acho que é um tema fulcral na nossa sociedade e que temos que rapidamente olhar para ele.


No entanto, Portugal não é o único país a ter de conviver com este cenário e temos de pensar que qualquer país precisa de conseguir fazer algumas transições para poder evoluir. É preciso que os países estejam preparados – e, neste caso, Portugal em particular -, para cuidar dos seus jovens e garantir-lhes condições. E, sem rodeios, são duas coisas: Salário e habitação. São os principais. A componente fiscal é obviamente importante porque toca no rendimento disponível, mas há aqui dois pontos que são fulcrais à nossa sociedade e são a grande razão por que os jovens saem de Portugal.


Também importa não esquecer que ainda há uma grande diferença geracional de empresários. Não se fez muito bem o caminho da transição de forma a aproveitar todo este talento jovem. Parece-nos que é preciso dar um empurrão, para que estes jovens, de 30 até 40 anos, possam começar a estar nas tomadas de decisão das nossas PMEs e possam começar a decidir o futuro do país.


A aposta em medidas que possam reter talento, que ajudem a subir salários, que resolvam os problemas do acesso à habitação, entre outros, tem estado no topo de agenda de cada vez mais países porque, num mercado cada vez mais global, há necessidade de apostar e cuidar dos recursos humanos. Também não devemos esquecer a possibilidade de sinergias que podem ser feitas, por exemplo, aproveitando as proximidades culturais, como acontece com o espaço iberoamericano, e usar isso a favor da aceleração do ecossistema empresarial.

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